Bater o carro é sem dúvida um tédio.
Aliás tédio não, é o tipo da coisa que não devia nem acontecer. Um saco
mesmo. Se for algo bestinha que só
arranhou o para-choque, ok, você até deixa pra lá e conserta outra hora. Mas quando
não da pra escapar de levar pra oficina é de matar.
E quando você bate fora do seu
país? Tipo assim, numa viagem a América??? Putz, deve ser piorrrr!!!! Mas deixa que eu te
diga que nem é tanto não!
Por isso deixo aqui minha dica de
viagem: NUNCA VIAJE SEM SEGURO NO CARRO ALUGADO.
Bem, estávamos nós numa época,
digamos, de compras. Lá pro lado de Miami. Eu e minha ex-sócia, pela primeira vez
sem os respectivos fora do país, pegando um carro com GPS, alguns anos atrás. Nós
não tínhamos assim tanta intimidade com aquele equipamento, e ao pegarmos o
dito cujo passamos algum tempo ainda andando em círculos, ao redor do
aeroporto.
Quando começamos a dominar, e pegar
o jeito, o negocio andou. Confesso que estar na terra do tio Sam, com aquelas
vias hiper-ultra-mega rápidas, não é pra qualquer motorista. He-He.
Já estávamos bem acostumadas com
o transito e dominando o estilo do tráfego de lá. Muitas entradas.
Muitas saídas. Não erre nenhuma minha senhora, se não quiser dar uma voltona.
E lá nos encontrávamos saindo de uma loja. Minha companheira de compras dirigia. (eu já lhes falei no
vicio que ela tinha por doces? Pois bem, viajava com um saco de chicletes e
pirulitos dulcíssimos). Vos falo isso,
porque naquela hora abrimos um pirulito bem vermelhinho e redondinho, e estávamos
chupando a toda o docinho.
Quando de repente:
(CRÁSSSSSSSS)
- !!!!??????? (Pensei)
Minha amiga me olhou.
- O que foi mulher??????
- Batemos o carro! Disse ela. (detalhe pro batemos)
- Como?????? Esse solavanco foi
uma batida????
- Foi!!!!!! E agora????? O que a
gente faz????
(Bom, se estivéssemos no Brazil, ligaríamos
pros maridos, que iriam ao local, que negociariam com o outro motorista, e que
sem negociação, seria chamada a pericia e de repente até o juizado móvel). Ai
falei:
- Bem, já que você fala inglês melhor
do que eu, vai lá falar com o motorista do outro carro pra tentar descobrir
como vamos fazer aqui.
E assim ela fez. Saiu do carro,
foi e voltou:
- E ai?? Eu disse.
- Não entendi nada!!!!
- Como assim não entendeu??
- Nadaaaa! Não entendi nada!!! E entrou batendo a porta do carro.
E agora o que a gente faz?? Perguntava ela aperreada.
Pensei em ligar pro seguro, e fui tentar achar a documentação. Era ligar e se preparar pra coçar os bolsos
com o valor da conta telefônica.
De repente a gente olha pra trás,
e tem um caminhão Guincho enorme atrás da gente. (Será que já vao rebocar nosso
o carro???) Não deu nem 5 minutos!!!!
Do lado de fora o “Negrão”
gritava com os pulmões:
- Go there!!!!! Go there!!!!! Go there!!!! E
apontava pro acostamento.
Minha amiga disse que a mulher no
outro carro estava muito nervosa. E que ela estava preocupada. Queria voltar
pra falar com ela quando de repente o seu marido aparece. Ao mesmo tempo, o rapaz
do guincho só gritava pra gente tirar o carro dali. O senhor, marido da
motorista, que falava russo (isso!!! Russo!!!! E por esse motivo não entendeu
nada!!!) queria que a gente ficasse plantada ali. Até explicar que não estávamos
fugindo...
Chega o carro da policia. Nos dirigimos
pro acostamento, e agora sim, iriamos contar o acontecido.
- So, what happened here?? (então o que aconteceu aqui?).
O senhor desenhava com pedras no chão
pra explicar a batida. Não falava uma vírgula de inglês. E Nós estávamos ali assumindo
o sinistro. O policial foi ate bem razoável. Então recebemos uma multa pela “culpa”, que facilmente
pagamos no saguão do hotel, com um simples envelope. Primeiro mundo é
outra coisa.
Pra explicar e ser bem objetiva,
lá seguro serve pra mim, segurada. Ponto. Se o outro motorista tem, ótimo. Mas se não
tem, problema dele. Aqui ficamos discutindo quem paga a franquia, no meio de
uma avenida movimentada, atrapalhando o transito da cidade toda; formando quilômetros
de engarrafamento. Sim para resolver o caso de duas pessoas. Dois motoristas. E
o resto dos 1254 carros que se lasquem. Bem assim é o Brasil. Lá a preocupação é
reestabelecer o transito, pelo bem da maioria. E o guincho veio, só pra
garantir, pois nunca se sabe da gravidade da batida. Como já disse, primeiro
mundo...
Resolvemos tudo ali na viatura. Rapidinho.
Com o computador de bordo do policial e tudo mais. Depois levamos o carro pra locadora que nos
entregou outro carro i-gual-zi-nho, sem nem pestanejar. (Tá vendo a importância
do seguro?).
E tudo isso, chupando pirulito!!!
Bjs
Sâmia